Atores trasnacionais: teoria das relações internacionais na edição 25 da revista International Organization, 1971

Abstract

Esse trabalho tem como objeto os trabalhos teóricos de especialistas nas Relações Internacionais sobre as Relações Transnacionais, da Edição 25 da Revista International Organization do ano de 1971. O período corresponde a Guerra Fria. Esse é um trabalho de construção da memória das Relações Internacionais. Passados mais de 40 anos da publicação os temas continuam atuais nas Relações Internacionais. A publicação apresentou em 1971 uma crítica as teorias estadocêntricas, em especial ao realismo. Esse trabalho apresenta à alternativa a perspectiva tradicional, formulada em 1971 por 17 autores da área, em uma revista reconhecida internacionalmente. Definição de atores transnacionais: Movimento tangível e intangível através das fronteiras nacionais quando pelo menos um dos atores é não-governamental. O Fim do século XVIII e século XIX até foi um período de crescimento de atores transnacionais. As teorias estadocêntricas, para os autores não eram suficientes para explicar o funcionamento das relações internacionais e os atores transnacionais, concordando que um paradigma mais amplo era necessário para entender a distribuição do poder e os outros atores do Sistema Internacional. James Field fala do transnacionalismo no século XIX e XX, criação de uma nova cultura mundial e declínio do Estado-nação. Robert Gilpin diz que economia e política são interconectadas e o transnacionalismo está ligado a Pax Americana, o Estado-nação estava em crescimento. Kjell Skjelsbaek fornece dados sobre o crescimento das ONGs, estando esse relacionado ao pluralismo doméstico e economias altamente desenvolvidas. Louis T. Wells, empresas multinacionais são um fenômeno novo e majoritário de empresas estadunidenses. Ivan Vallier o relacionamento da igreja varia por Estado, é feito bilateralmente. J. Bowyer Bell, as Organizações Revolucionárias Contemporâneas agem transnacionalmente por necessidade e não por natureza. A importância dos atores transnacionais e suas tendências de relacionamento. Autores concordam com o crescimento dos atores transnacionais em suas áreas. Lawrence Krause, Finanças Privadas Internacionais. Robert. L Thornton, linhas aéreas, de perfil governamental em 1971. Robert W. Cox, movimentos de trabalhadores. Diane Crane, organização da ciência básica internacionalmente. Lawrence Scheinman, o caso da energia nuclear que pode ser explicado pelas teorias estadocêntricas por ser questão de segurança nacional. Como os atores transnacionais afetam a soberania dos Estados. Donald P. Warwick, participação transnacional e paz internacional. Peter B. Evans, qual era impacto das multinacionais na autonomia dos países pobres. Raymond Vernon, multinacionais e os objetivos econômicos nacionais. Karl Kaiser, relações transnacionais enquanto ameaça ao processo democrático. Robert Nye e Keohane organizaram a discussão, e apresentaram elementos do que viria a ser a teoria da interdependência complexa, conceitos de soft power e hard power e do jogo de xadrez tridimensional de Nye. Os Estados Unidos possuíam maior representatividade de atores transnacionais e outras, multinacionais, ciência, energia nuclear, ONGs. O avanço das transnacionais está relacionado a outras mudanças estruturais como o avanço tecnológico, comunicação e transportes. Os atores transnacionais podem funcionar como instrumentos de embate ao poder estatal. Os artigos apresentados pretenderam demonstrar que as teorias estadocêntricas ignoram influências importantes de outros atores e distorcem a análise das Relações Internacionais. Os objetivos pretendiam também estimular a produção de teorias que englobassem de maneira efetiva esses novos atores, e oferecessem uma alternativa ao modelo estadocêntrico.